Há momentos na vida em que descobrimos que damos demasiada importância aos grãos de pó... Nesses momentos, encontramos, na alma, um lugar muito grande, onde guardamos só mesmo os que mais amamos...
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Vazio
Dantes tudo era azul…
De um azul claro e luminoso que nos enchia a alma e nos abria o sorriso a cada gesto
Eram tempos de cores quentes e aromas frutados
De sóis amarelos e luas cheias de estrelas
Eram tempos de marés-cheias e de frescas maresias vestidas de verde e espuma
Eram campos e campos de papoilas onde dormiam, serenos, os pirilampos
Eram chuvas mornas e límpidas que roubavam aos montes o cheiro da terra
Eram searas de ouro e de pão maduro prenhes de vida
Eram gargalhadas atiradas ao vento como sementes
Eram vocábulos cintilantes da cor das alvoradas
Eram hinos celestiais
a cada abraço,
a cada beijo,
a cada lágrima, até
a cada riso…
Agora
O silêncio
A dor
A amargura
O peso infindo nas almas sem cor
Um anjo negro ensombrou-nos os dias.
Um anjo negro eterniza-nos as noites.
Um anjo negro encerrou-nos a alma
E as palavras
E os sorrisos
E os beijos
O anjo negro levou-nos o sol.
O anjo negro levou-nos a alma
E a maresia
E as searas
E as praias
E os ventos
E os campos
E as flores
E a chuva
E as borboletas
E as papoilas
E os pirilampos
E as vontades
E os desejos
E a esperança
O anjo negro desfez-nos nos olhos amarguras
O anjo negro desfez-nos nas almas esperanças
O anjo negro cobriu-nos a face de sombra e alma de desalento
Reina, agora, a escuridão.
Fora e dentro de nós…
Dina Cruz
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Foi o que senti... despenquei... caí... fiquei em pedaços... imaginei o pior... levantei-me... peguei nos pedaços e partilhei... dividi a dor e chorei!
ResponderEliminarCarla (Tita)