terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Apesar do que se foi...

Apesar do que se foi
na carne
e na alma...
Azul!
Finalmente, AZUL!!!

E o sol nasce de novo
em cada sorriso
agora mais aberto
agora mais claro
agora mais manso
agora mais sorriso.

Dina Cruz

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Laivos de azul...

Os dias têm sido menos cinzentos.
Ténues laivos de azul revelam-se por entre a névoa.
Já reconheço o teu sorriso.
Já revejo o teu olhar por entre a sombra.
E na alma abre-se-me mais o sorriso.

Dina Cruz

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Espera

Nascera um dia de chuva no lugar onde faltavas. Chuva intensa e fria,
dessa que entra teimosa pelos ossos dentro e nos enregela a alma. O céu escondia o azul e oferecia-se branco de névoa. E o vento... O vento teimava em despir, frenético, as copas das árvores e uivar incessantemente.
Longe de ti, uma espera ansiosa e magoada. Um vazio de risos e de abraços. Um desejo infindo de regresso...
Volta. Hoje ainda, se puderes.

Dina Cruz

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Três dias de Eternidade...

31 de Dezembro

O dia acordou pardo.
Na névoa anteviam-se trovoadas negras.
O fim do ciclo ansiava-se
sofregamente
barbaramente
desesperadamente!

Nas toalhas brancas
iluminavam-se as velas
e apagavam-se os sorrisos...

Em cada face
Em cada olhar
Em cada riso até,
o desejo louco
do fim desta batalha.
E um medo...

Um medo avassalador.
Um medo devorador.
Um medo comum que nos unia
na mesma mesa
na mesma casa
na mesma força
de querer avançar.

Mas o tempo que não se condói
nem dos medos
nem das vontades
avançou.

E foi no momento
em que o mundo todo festejou
que sobre nós se abateu
o silêncio interior da revolta e da esperança.

Novo ano. Nova vida. VIDA!!!


2 de Janeiro

Um nó cego na garganta
e a alma inteira convertida em amargura...

Um fugaz adeus sem despedida.
Um abraço
(o mais apertado que tinha)
na tua alma.

Inteira, a noite
oferece-me a vigília
horas a fio.

E um frio terrível
invade-me o coração parado à espera da manhã.


3 de Janeiro

Na rua chove.
Uma chuva fininha como orvalho.

Na minha alma a trovoada
avassaladora
atroadora
emudece o resto do mundo.

Caminho absorta, fechada, fria.
Um frio que vem de dentro.
Um frio da alma...

A ânsia de te ver.
A ânsia de estar contigo.
A ânsia de ti.
E um medo imenso...

Subo ao sétimo andar
com o coração na mão.
Atravesso o corredor
em corrida temerosa.
Procuro o 25
entre tantos outros números
entre tantos outros quartos
entre tantas outras vidas...

Encontro-te.
Liberta dos braços de Morfeu.

Encontro-te.
E encontro-me no teu sorriso.
E na tua face encontro tudo o que eu queria
A mesma irmã de sempre
O mesmo porto seguro
TU.

Obrigada por estares aqui.
Obrigada por seres quem és e como és.


Dina Cruz.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Pai Natal

Estas não são
infelizmente
as melhores festas de sempre...

Mas serão
certamente
as primeiras de muitas que virão
e que nos trarão sorrisos mais abertos
e a dádiva suprema
de mais anos de amizade.

Este ano só pedi uma coisa ao Pai Natal:
uma coisa para o teu sapatinho.
E tu sabes bem o que é...

Dina Cruz

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Curta Distância

Deslizam no céu
Nuvens brancas de plumas
que viajam sem destino

No relógio,
os ponteiros avançam desenfreados
corroendo o tempo

Na minha mente,
memórias,
pensamentos,
angústias,
desejos,
medos,
sonhos,
esperanças...

Na face, mais uma marca
dos anos que não deixam de passar

Na alma,
apesar da distância que nos separa agora,
o mesmo sentimento,
a mesma irmandade.

Estou sempre aqui.

Mas tu sabes
sem que eu to diga...

Dina Cruz

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Permanências

Mais um dia em que acordei a pensar em ti...

É estranho que a tua imagem,
a imagem que me ocorre quando te penso,
e é amiúde,
nunca é a de hoje,
a de agora,
a destes momentos negros...

A imagem que tenho de ti
é a que te sei desde sempre!

Não te vejo o sorriso oco,
não te vejo os olhos baços,
não te vejo os braços caídos,
não te vejo a alma seca,
não te vejo as lágrimas amargas,
não te vejo a sombra que te escurece os dias e as noites...

Vejo-te a ti
De cara em luz
e alma em fogo
De coração aberto
e sorriso escancarado
De mãos em punho em luta permanente
por momentos de alegria e de paz.

Vejo-te a ti.
Não como te vejo
mas como te sei.

Dina Cruz